domingo, 25 de novembro de 2012

LITERATURA INGLESA  VISTA ATRAVES DE DIVAGAÇÕES FILOSÓFICAS CONTEMPORÂNEAS

Lewis Carroll da semiótica  pierceana na Era Vitoriana, a loucura na natureza humana e as nuances do "ser".

Vemos em ''Alice nos das maravilhas ''  e ''Atraves do espelho'' mundos paradoxais que no entanto não instigam apenas o imaginário infantil , mas também  reflexões filosoficas  acerca de passagens que a priori  parecem não fazer sentido . por exemplo:

Podes dizer-me, por favor, que caminho devo seguir para sair daqui?
Isso depende muito de para onde queres ir - respondeu o gato.
Preocupa-me pouco aonde ir - disse Alice.
Nesse caso, pouco importa o caminho que sigas - replicou o gato.
Lewis Carroll
O paradoxo do gato de Cheshire vem sendo abordado em cursos de filosofia  ao m redor do  mundo por nos gerar uma duvida existencial : Para onde vamos ? Quais os meios se não sabemos qual o fim que buscamos  ?
"Nesta direção", disse o Gato, girando a pata direita, "mora um Chapeleiro. E nesta direção", apontando com a pata esquerda, "mora uma Lebre de Março. Visite quem você quiser quiser, são ambos loucos."

"Mais eu não ando com loucos", observou Alice.

"Oh, você não tem como evitar", disse o Gato, "somos todos loucos por aqui. Eu sou louco. Você é louca".

"Como é que você sabe que eu sou louca?", disse Alice.

"Você deve ser", disse o Gato, "Senão não teria vindo para cá."

(Alice no País das Maravilhas)
Lewis Carroll 
A pior das loucuras é, sem dúvida, pretender ser sensato num mundo de doidos.
Erasmo
Devemos lembrar nesse momento a Inglaterra vive  a Pax Britannica o que permitia aos filósofos e escritores a não refletirem tanto sobre realidades sociais , principalmente por se tratar de um movimento literário burgês e idealista , aparentemente a loucura é tratada como algo inerente a natureza humana pelo fato de que o sistema nos força  uma adaptação as convenções sociais e loucura seria  apenas uma forma de instintivamente voltar-se a natureza humana e não viver somente pelo principio de Thânatos em um mundo de privações.  
Eu... eu... nem eu mesmo sei, nesse momento... eu... enfim, sei quem eu era, quando me levantei hoje de manhã, mas acho que já me transformei várias vezes desde então.
Lewis Carroll
Percebemos aqui  o Devir da filosofia  de Heráclito , pois o ser se altera constantemente e busca-se o tempo todo ser o que se é .
Concordo inteiramente com você - disse a Duquesa. - E a moral disso é: 'Seja o que você pareceria ser'. Ou se você preferir isso dito de uma maneira mais simples: 'Nunca se imagine como não sendo outra coisa do que aquilo que poderia parecer aos outros que aquilo que você foi ou poderia ter sido não fosse outra coisa do que o que você poderia ter sido parecia a eles ser outra coisa'.

- Acho que eu poderia entender isso melhor - disse Alice de maneira muito educada - se estivesse tudo escrito. Mas, desse jeito, eu não consigo entender o que você quer dizer.

(Alice no País das Maravilhas)
Lewis Carroll
Quem concebe sua existência apenas como simples efeito do acaso, sem dúvida deve temer perdê-la pela morte.
Schopenhauer
A  dimensão do ser é muito complexa pois nem ao menos conseguimos compreender as indagações introspectivas feitas em carater próprio , compreender a questão existencial de outro então  parece ser absurdo , mas talvez a grande questão seja : Nós somos ou aparentamos ser ?Somos porque somos ou será que somos aquilo que fizeram de nós , não é tão incomum imaginar que somos frutos da sociedade , mas  tampouco é estranho imaginarmos que nascemos       com  uma certa tendência a ser aquilo que nos tornamos .
Diálogo entre Alice  e Humpty Dumpty:
– Meu nome é Alice, mas...

– É um nome bem estúpido! – Humpty Dumpty interrompeu com impaciência. – O que significa?

– Um nome precisa significar alguma coisa? – Alice perguntou incrédula.

– Claro que precisa! – Humpty Dumpty disse com uma curta risada. – Meu nome significa a forma que eu tenho, e é uma forma bem bonita também. Com um nome como o seu, você poderia ter qualquer forma, quase. 

Lewis Carroll  
A semiótica estuda os signos nesse caso estamos tratando  de signos  linguisticos  que de acordo com essa lógica devem assumir um sentido  pois haverá sempre uma atribuição semântica a uma estrutura lexical , bem também como a qualquer outro signo .

Diálogo entre Alice  e Humpty Dumpty: 
Humpty Dumpty pegou a caderneta e examinou-a com cuidado.

– Parece estar certo... – começou.

– Está de cabeça para baixo! – Alice interrompeu.

– É com certeza que estava! – Humpty Dumpty disse com satisfação, quando ela a virou para ele. – Achei que parecia um pouco estranha. Como eu ia dizendo, parece estar certo... embora eu não tenha tempo para conferi-lo outra vez agora... E isso mostra que existem trezentos e sessenta e quatro dias em que você poderia ganhar presentes de desaniversário...

– Por certo – disse Alice.

– E apenas um para presentes de aniversário, portanto. Há gloria para você!

– Não sei o que você quer dizer com "glória" – Alice disse.

Humpty Dumpty sorriu com desdém.

– É óbvio que não sabe... até que eu lhe diga. Eu quis dizer: “Há um belo argumento infalível para você!”

– Mas “glória” não significa “um belo argumento infalível” – Alice objetou.

– Quando eu uso uma palavra, – Humpty Dumpty disse com certo desprezo – ela significa o que eu quiser que ela signifique... Nem mais nem menos.

– A questão é – disse Alice – se você pode fazer as palavras significarem tantas coisas diferentes.

– A questão é – disse Humpty Dumpty – quem será o chefe... E eis tudo.

Alice ficou pasmada demais para dizer qualquer coisa; assim depois de um minuto Humpty Dumpty começou de novo:

– São geniosas algumas delas... Principalmente verbos, são os mais orgulhosos... Com os adjetivos você pode fazer de tudo, mas não com os verbos... No entanto eu posso lidar com todos eles! Impenetrabilidade! É o que eu digo!

– Pode me dizer, por favor – disse Alice – o que isso significa?

– Agora você fala como uma criança razoável – disse Humpty Dumpty, parecendo mais contente. – Eu quis dizer com “impenetrabilidade” que já falamos demais desse assunto e que seria bom que você mencionasse o que pretende fazer em seguida, pois suponho que não pretenda ficar parada aqui pelo resto de sua vida.

– É muita coisa para uma palavra significar – Alice disse pensativa.

– Quando faço uma palavra trabalhar tanto, – disse Humpty Dumpty – sempre lhe pago hora extra.
Lewis Carroll
Seria  impossivel a comunicação se de repente pudessemos atribuir qualquer significado a qualquer signo linguistico no entanto isso occore  , pois por que questão hermeneutica sabemos que positivo pode significar  cientificista , mas também  pode ser umcorpo com mais prótons que eletros ou até mesmo o oposto de pessimista .




terça-feira, 20 de novembro de 2012

ONDE  ESTÁ DEUS NA FILOSOFIA CONTEMPORANEA? SERIA ELE UM FATOR DETERMINANTE NO MUNDO DOS SENTIDOS ? OU UMA CONCEPÇÃO CONTRARIA AO PRINCIPIO DE LIBERDADE EXISTENCIAL DE SARTE( FAVOR NÃO CONFUNDIR LIBERDADE COM O LIVRE ARBITREO DE SANTO AGOSTINHO) ?




Não há fatos eternos, como não há verdades absolutas.
Friedrich Nietzsche

Com essas  palavras Nietzsche faz uma severa critica a institucionalização da fé  , no entanto  ela também nos leva a uma reflexão niilista que é chamada  por Nietzsche como A MORTE DE DEUS   que seria um fenomeno necessario  para que houvesse  a constituição do SUPER HOMEM , ou  seja é necessario  que se deixe de acreditar na interferencia divina na vontade humana e que caia por terra  a imagem que se faz de Deus como um DITADOR METAFISICO , isso não é iconoclatia de maneira alguma mas tão puramente a crença de que somos responsaveis por nossos  atos  e  mortes não ocorrem em nome de Deus mas sim de pessoas guiadas pela moral do rebanho e que dizem servir a Deus , sem no entanto serem dotados de consciência critica , mas sendo guidados inteiramente pela razão instrumental .



Religião é demência coletiva.
Bakunin


(...) se Deus existisse, só haveria para ele um único meio de servir à liberdade humana: seria o de cessar de existir.
Bakunin

Talvez seja a filosofia contemporânea a  mais criticada pois não considera que Deus esteja  associado a vontade humana , ao contrario do pensamento medieval , que alguns ainda mantém em frases como  ´´ ele morreu pois Deus considerou que fosse sua hora de partir ''  , será que  eu posso passar por toda a vida fumando crack e morrer de overdose e dizer que morri pois Deus quis ? ou será que estou colocando em Deus uma culpa que é minha ?


Deus faz-se homem por amor e diz-nos: "Vede o que é ser homem".
Kierkgaard Sören
  Kierkgaard , bem como Nietzsche tiveram pais protestantes e exacerbadamente religiosos , no entanto  o que no caso de Nietzsche levou a uma revolta para com o fanatismo e a  dependencia exessiva da religião , no caso  de Kierkgaard só fez com que o mesmo tivesse ainda mais inquietações  filosoficas em relação  a suas teorias, encarou a vida com um certo pessimismo romântico algo incomum e até mesmo considerou a religião como uma das  dimensões do ser  , juntamente com a dimensão estética e a ética .